sexta-feira, 2 de março de 2012


X capítulo

Fracassos na oração por:

Contenda entre irmãos - Mt 5.23,24.

Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.



Assim como uma família numerosa tem problemas de convivência entre irmãos, a igreja, que é a família de Deus também sofre problemas semelhantes, porém a regra de convivência é clara e objetiva no tocante a fazer acertos e consertos, para que a convivência seja aprimorada e mantida. Nessa regra a comunhão entre os irmãos é fator preponderante para que Deus mantenha comunhão com todos. Em outras palavras, Deus não aceita comunhão de pequenos grupos isolados uns dos outros, as famosas “panelinhas”, a comunhão é com toda a igreja agindo em um só propósito e de comum acordo. É importante também chamar a atenção para a frase: “e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti”. Mesmo que você se lembre que não tem problema com o irmão, e sim, o irmão que tem alguma coisa contigo, a exigência divina é que você procure-o para resolver qualquer tipo de desavença e a paz que excede todo o entendimento, passe a fazer parte desse relacionamento. É verdade que atender a essa exigência além de abrir as portas para a aceitação do sacrifício de oração passa a ser também um atestado de espiritualidade, pois se baseando no que está escrito em 1º Co 3.3. (“pois, havendo entre vós inveja e contendas, não sois porventura carnais, e não estais andando segundo os homens?”), os desentendimentos dentro da igreja só mostram que o grupo não está andando segundo os preceitos divinos, mas sim segundo os preceitos humanos, portanto, não são espirituais, mas sim carnais. O perdão precisa fazer parte de nossa vida cotidiana e segundo a parábola do credor imcompassivo (onde o Senhor perdoou o servo e este não perdoou o conservo, quando o Senhor ficou sabendo do fato, retirou seu perdão e mandou colocarem o servo nas trevas exteriores), é uma exigência divina e compromete até a salvação.

Algum tempo atrás um irmão veio morar em minha cidade (Caraguatatuba), vindo da cidade de Tatuí (interior de São Paulo) e aqui foi promovido a oficial de igreja (líder evangélico). Durante muito tempo trabalhamos juntos com resultados devastadores em salvação de almas e ao conhecer melhor a família e seus problemas fiquei sabendo de um fato extremamente chocante em relação ao perdão de pecados. A esposa desse irmão era um vaso de bênçãos nas mãos do Senhor, porém tinha uma grande tristeza e marca em sua vida e em seu coração, sua filha fora assassinada pelo genro e ela presenciara a cena em seu final, vendo o genro com uma faca e o sangue da filha espalhado por todo o recinto. Posteriormente após muito tempo em Caraguatatuba, em um passeio para rever parentes em sua cidade recebeu o aviso de que o genro queria falar com ela na cadeia da cidade. Ao visitá-lo, após muita insistência dele, deparou-se com um acontecimento inusitado. Ele se prostra diante dela e clama o perdão pelo assassinato da esposa (sua filha). Ela me disse que entrou em luta, pois o intelecto humano recusava o perdão, mas o Espírito de Deus dentro de si sussurrava suavemente: “Você tem que perdoar”. Olhando para aquele homem prostrado diante de si, segurando suas mãos e pedindo perdão em prantos, ela via o sangue de sua filha e sentia nojo, asco, porém superando a si mesma e seu escrúpulo humano, libera o perdão e faz uma oração para o infeliz. Ao mesmo tempo em que me contava a irmã, se emocionava e as lágrimas desciam em seu rosto e eu imaginando estar no lugar dela percebi como é difícil em determinadas circunstâncias liberar o perdão. Lembrei-me também que quando me converti tive que fazer um conserto com meu irmão de leite por que vivíamos as turras. Ao pedir perdão para ele recebi um “não”. “Não te perdôo”. Fiquei enfurecido, lacrimejei, senti vontade de agredi-lo porque ele apresentava um sorriso zombeteiro, porém o Espírito Santo falou fortemente em meu coração e não permitiu que eu fosse derrotado por minha própria carne. Uma semana depois ele voltou até a mim e liberou o perdão e desde então nunca mais brigamos. Preguei o evangelho para ele durante anos sem resultados, porém vinte e um anos depois deste fato ele se rendeu ao nome de Jesus e hoje ele vem adorando a Deus com sinais de mudança de vida e conversão ao evangelho de Cristo.

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