X capítulo
Fracassos na oração por:
Contenda
entre irmãos - Mt 5.23,24.
Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no
altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa
ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão,
e depois vem apresentar a tua oferta.
Assim como uma
família numerosa tem problemas de convivência entre irmãos, a igreja, que é a
família de Deus também sofre problemas semelhantes, porém a regra de
convivência é clara e objetiva no tocante a fazer acertos e consertos, para que
a convivência seja aprimorada e mantida. Nessa regra a comunhão entre os irmãos
é fator preponderante para que Deus mantenha comunhão com todos. Em outras palavras,
Deus não aceita comunhão de pequenos grupos isolados uns dos outros, as famosas
“panelinhas”, a comunhão é com toda a igreja agindo em um só propósito e de
comum acordo. É importante também chamar a atenção para a frase: “e aí te lembrares
de que teu irmão tem alguma coisa contra ti”. Mesmo que você se lembre que não tem problema com o irmão, e sim, o
irmão que tem alguma coisa contigo, a exigência divina é que você procure-o
para resolver qualquer tipo de desavença e a paz que excede todo o entendimento,
passe a fazer parte desse relacionamento. É verdade que atender a essa exigência
além de abrir as portas para a aceitação do sacrifício de oração passa a ser
também um atestado de espiritualidade, pois se baseando no que está escrito em
1º Co 3.3. (“pois, havendo entre vós inveja e contendas, não sois porventura
carnais, e não estais andando segundo os homens?”), os desentendimentos dentro
da igreja só mostram que o grupo não está andando segundo os preceitos divinos,
mas sim segundo os preceitos humanos, portanto, não são espirituais, mas sim
carnais. O perdão precisa fazer parte de nossa vida cotidiana e segundo a parábola
do credor imcompassivo (onde o Senhor perdoou o servo e este não perdoou o conservo,
quando o Senhor ficou sabendo do fato, retirou seu perdão e mandou colocarem o
servo nas trevas exteriores), é uma exigência divina e compromete até a
salvação.
Algum tempo atrás
um irmão veio morar em minha cidade (Caraguatatuba), vindo da cidade de Tatuí
(interior de São Paulo) e aqui foi promovido a oficial de igreja (líder
evangélico). Durante muito tempo trabalhamos juntos com resultados devastadores
em salvação de almas e ao conhecer melhor a família e seus problemas fiquei sabendo
de um fato extremamente chocante em relação ao perdão de pecados. A esposa
desse irmão era um vaso de bênçãos nas mãos do Senhor, porém tinha uma grande
tristeza e marca em sua vida e em seu coração, sua filha fora assassinada pelo
genro e ela presenciara a cena em seu final, vendo o genro com uma faca e o
sangue da filha espalhado por todo o recinto. Posteriormente após muito tempo
em Caraguatatuba, em um passeio para rever parentes em sua cidade recebeu o
aviso de que o genro queria falar com ela na cadeia da cidade. Ao visitá-lo,
após muita insistência dele, deparou-se com um acontecimento inusitado. Ele se
prostra diante dela e clama o perdão pelo assassinato da esposa (sua filha).
Ela me disse que entrou em luta, pois o intelecto humano recusava o perdão, mas
o Espírito de Deus dentro de si sussurrava suavemente: “Você tem que perdoar”.
Olhando para aquele homem prostrado diante de si, segurando suas mãos e pedindo
perdão em prantos, ela via o sangue de sua filha e sentia nojo, asco, porém
superando a si mesma e seu escrúpulo humano, libera o perdão e faz uma oração
para o infeliz. Ao mesmo tempo em que me contava a irmã, se emocionava e as
lágrimas desciam em seu rosto e eu imaginando estar no lugar dela percebi como
é difícil em determinadas circunstâncias liberar o perdão. Lembrei-me também
que quando me converti tive que fazer um conserto com meu irmão de leite por
que vivíamos as turras. Ao pedir perdão para ele recebi um “não”. “Não te
perdôo”. Fiquei enfurecido, lacrimejei, senti vontade de agredi-lo porque ele
apresentava um sorriso zombeteiro, porém o Espírito Santo falou fortemente em
meu coração e não permitiu que eu fosse derrotado por minha própria carne. Uma
semana depois ele voltou até a mim e liberou o perdão e desde então nunca mais
brigamos. Preguei o evangelho para ele durante anos sem resultados, porém vinte
e um anos depois deste fato ele se rendeu ao nome de Jesus e hoje ele vem
adorando a Deus com sinais de mudança de vida e conversão ao evangelho de
Cristo.
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