sábado, 3 de março de 2012


Xl capítulo

Fracassos na oração por:

Não ter misericórdia - Pv 21 13.

Quem tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, também clamará e não será ouvido.



A humanidade sempre existiu dividida em classes sociais devido à necessidade de administração e convivência entre si, a classe pobre acompanha a civilização desde seus primórdios e faz parte do cotidiano de vida das cidades e da igreja em seus primeiros momentos de vida. Certa feita em que Maria unge Jesus com perfume Judas Iscariotes protesta afirmando que o unguento poderia ser vendido e o dinheiro poderia ser aplicado na ajuda aos pobres e recebe a seguinte resposta de Jesus: “Respondeu, pois Jesus: Deixa-a; para o dia da minha preparação para a sepultura o guardou; porque os pobres sempre os tendes convosco; mas a mim nem sempre me tendes”. (Jo 12.7,8.), deixando claro que em nossa carreira cristã, sempre teríamos pobres para ajudar e a assistência a essa classe social faz parte da vida cotidiana do cristão e da igreja.

Aliás, é importante ressaltar que antes de haver salário família, salário mínimo, bolsa escola, bolsa família, os pobres sempre contaram com os dízimos que a igreja desde tempos imemoriais já contribuía e que grande parte era utilizado em seu benefício.

A questão da pobreza em nossos tempos foi bastante suavizada na sociedade moderna com todas as entidades governamentais de aposentadorias e socorro aos doentes, órfãos e necessitados e com a atuação de ONGs (Organizações Não Governamentais), permitindo a igreja como um todo respirar um pouco mais em relação ao problema e não precisar gastar somas consideráveis dos dízimos e ofertas no sustento dos pobres e necessitados, porém a afirmação de Jesus “... os pobres sempre os tendes convosco...”, nunca caiu por terra, pois sempre temos de socorrer alguém seja doméstico da fé ou não.

Agora em nossos dias um fenômeno facilmente constatado, preocupa pensadores em relação ao problema do pobre, é o aparecimento dos “excluídos”. A relação entre o capital e o trabalho sempre foi de exploração e o mesmo empregador que oprimia seu empregado sabia que precisava daquela mão de obra, portanto não permitia que ela se extinguisse morrendo de fome e apesar da toda exploração procurava manter um salário de sobrevivência para o empregado e sua família, porém com o desenvolvimento da tecnologia apareceram robôs, que hoje podem substituir centenas de empregados permitindo ao patrão, dono do capital, despedi-lo de suas funções na empresa e empregar apenas funcionários especializados para fazer a manutenção e operação das máquinas, criando a exclusão de centenas de trabalhadores em relação ao trabalho e automaticamente em relação à sociedade. Essa exclusão vem trazendo a fome e a pobreza de tal forma que nosso(a) presidente (anterior e atual), conseguiu se eleger com a bandeira do “Fome Zero”, recebendo até elogios internacionais.

Essa escalada constante da pobreza, com todas as suas variantes temporais, prevista por Cristo a cerca de dois mil anos atrás, exige de nós cristãos um esforço coletivo e até mesmo individual, de forma a atender a exigência divina em relação ao suprimento dos pobres e necessitados. Observe por exemplo o que diz Tiago a esse respeito: “Que proveito há meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”.

A exigência divina quanto ao socorro ao pobre vem com uma espécie de ultimato, de que a recíproca é verdadeira, ou seja, quem não socorrer o pobre com certeza clamará ao Senhor e não será ouvido, porém sempre devemos levar em conta afirmações como a do Apóstolo Paulo: “Aquele que não trabalhar que não coma”, no tocante a não estimular a vagabundagem em nosso meio, por isso, quero realçar a necessidade de ajudar o pobre com sabedoria, de forma que essa ajuda não venha a ser perniciosa, estimulando pessoas a permanecerem improdutivas e acabarem “se encostando” nos cristãos produtivos como verdadeiros parasitas e parias da sociedade. A bíblia diz no livro de Salmos que o justo florescerá como a palmeira e por incrível que possa parecer, palmeira não costuma viver cheia de parasitas, assim também deve florescer o ser humano justificado pelo sangue de Jesus Cristo.

Com certeza o atendimento ao clamor do pobre, repito, com cautela e de uma forma inteligente, abrirá os ouvidos do Todo Poderoso ao nosso clamor e bênçãos abundantes choverão em nossas vidas, como a chuva serôdia rega a terra seca e faz tudo renascer.

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